Para aqueles que são fãs do bom e velho RPG medieval, já está circulando a algum tempo o game Dragon Age II. Depois do sucesso estrondoso do primeiro título da trilogia (será que vão ser apenas 3?), os fãs pressionaram a BioWare até que em Abril deste ano saiu a tão esperada sequência. E deu gostinho de quero mais. Uma trama inteligente, decisões polêmicas e uma pitada de romance (em qualquer direção, se é que me entende...) mantêm este jogo como um dos RPGs mais bem roteirizados dos últimos anos.
Esse título apresenta um novo personagem no mundo de Dragon Age, Hawke, um(a) fugitivo(a) de Lothering, em Ferelden, chega a Kirkwall, nos Free Marches, em busca de reconstruir sua vida com a família, mas acaba se deparando com uma cidade permeada pelos conflitos entre os Templários e os Magos. As escolhas de Hawke irão mudar para sempre a vida de sua família e a balança de poder no mundo. E o Warden? E a sua galera do Origins? Os Grey Wardens fazem pequenas aparições, e alguns amigos dão as caras, nem que seja em pequenos diálogos ou objetos escondidos no cenário.
Ah, o sangue. Para aqueles que achavam sensacional ver a armadura coberta de sangue após as batalhas (inteligentemente apenas em combates corpo a corpo), DA II comprou mais alguns baldes e adicionou à mistura. Golpes e magias podem literalmente fazer seu inimigo explodir em uma sensacional cascata de sangue. Yeah!
Houveram alguns problemas iniciais com os drivers de algumas GPUs, mas nada que um driver bem sincronizado (Nvidia, ATI) e um pack de retexturização (baixe aqui) não resolvessem. Os gráficos melhorados ainda permitem uma suavidade maior que a do primeiro título da série, além das animações dos personagem em batalha serem muito mais legais. Até os magos tem direito a cajadadas no peito dos inimigos, e animações diferenciadas para cada tipo de elemento do cajado.
A jogabilidade se mantém basicamente a mesma, permitindo a seleção de qualquer membro de sua equipe para ser controlado à vontade. Infelizmente o afastamento da câmera não pode ser tão grande, impedindo que algumas velhas estratégias possam ser utilizadas. Isso torna as batalhas mais agitadas e tensas, e o jogo mais desafiador. Aliás, isso foi um pouco aliviado pela remoção do “fogo amigo”, que só está presente no nível de dificuldade Nightmare.
Segue um vídeo para dar uma idéia do jogo (mas perdoem o jogador muito ruim...)
Pessoalmente fiquei decepcionado pela pouca possibilidade de personagens iniciais. Digo: você pode escolher as 3 classes clássicas (gurreiro, ladino e mago) e o gênero. Só. A variedade de possibilidades iniciais e as consequências da história inicial de cada raça e classe tornavam DA:O muito mais interessante. Para quem adquiriu o DLC Black Emporium (disponível gratuitamente dependendo de onde foi comprado seu DA II), além de diversos itens interessantes para o início e fim do jogo, existe o Espelho da Transformação (Mirror of Transformation), que permite a mudança da aparência do seu personagem em qualquer momento do jogo. Ajuda muito para quem percebeu que cometeu mancada na criação do personagem. Superado esse primeiro trauma, vamos às habilidades.
Habilidades e Magias
A seleção de habilidades é bem mais vasta e interessante, seguindo um modelo semelhante ao de Witcher, onde você só se especializa onde quer, tornando cada personagem único. É lógico que algumas combinações de habilidades podem ser muito mais interessantes que outras, até porque foi inserido em DA II o conceito de CCC (Cross Class Combo). Para usar um CCC, pelo menos dois persongens de classes diferentes devem agir, onde um usa uma habilidade que “fragiliza” o inimigo, e o outro dá o tiro de misericórdia. Os magos podem tornar os inimigos “quebradiços” (Brittle), os guerreiros “desequilibram” (Staggered) e os ladinos “desorientam” (Disoriented). E apenas outra classe pode se aproveitar do status do inimigo. Por exemplo: um mago usa um Winter’s Blast no oponente, deixando ele quebradiço; logo, um ladino pode usar um Annihilate ou um guerreiro pode aplicar um Shattering Blow, que terão um dano até cinco vezes maior, isso se não for crítico. Gerenciar os CCC ajuda muito nos “bosses”.
Moralidade e Amizade
Assim como em DA:O, você pode estabelecer uma relação de amizade ou rivalidade com seus companheiros, e ainda é possível encontrar presentes para melhorar seu relacionamento com eles. Em DA II, seus companheiros tem habilidades específicas que podem mudar de acordo com tipo de relação (amor ou ódio) que você estabelece com eles. Vale a pena experimentar contrariar alguns deles, dependendo do seu estilo de jogo.
Outra mudança muito interessante é nos diálogos. De modo semelhante ao que ocorre na série Mass Effect, as opções de resposta são sinalizadas, de certo modo, como “Simpático”, "Centrado” e “Violento”, e alteram diversas opções de ação ao longo do jogo, inclusive as falas do personagem ao longo dos combates. Para quem saca inglês, garanto muitas risadas. Detalhe: aparentemente não há nenhum indicador visual da postura que seu personagem vai assumindo, e cada opção tem consequências, como sempre. Cuidado com o que você diz!
Equipamentos e Armas
Vale lembrar que existem diversos itens que podem ser obtidos para seu personagem, que pedem apenas uma navegada pela net. Cinco destes itens são obtidos jogando o Dragon Age Legends, joguinho em Flash da EA2D, que conta outra história no mundo de Dragon Age. A lista dos itens, e como obtê-los, pode ser acessada nas páginas do DA II sobre o Legends e dos Bonus Itens.
Outro ponto que me desagradou foi a falta de opção de alterar o visual dos membros da sua equipe. Alguns deles mudam com certos eventos ou através de romance, mas não é possível escolher as armaduras que eles irão utilizar, apenas as armas e acessórios. Ao invés disso, as “armaduras” evoluem através da aquisição de slots para runas. As runas também estão presentes nas armas, que agora podem ser elementais também. Mas para quem imaginou que sua espada elemental de fogo fosse realmente uma espada flamejante (como em DA:O), pode tirar o dragão da chuva. Fora os cajados dos magos, o elemento só aparece na cor dos números que vão subindo...
Conclusão
A não ser pela repetição de vários cenários, diferentes apenas pela posição de alguns baldes (Mass Effect??) e o estranho comportamento bissexual de quase todos os personagens, o jogo é excelente e merece uma conferida.
Além disso, atendendo a pedidos, 2 DLCs já foram lançados, Legacy e Mark of the Assassin, complementando a história e relacionando com os eventos de DA:O.
Pela história, DA III promete!
PS: Quem quiser um guia ou dicas, é só pedir.
Resumo
Pontos Fortes
| Pontos Fracos
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